“Um país não se suicida. Mas o facto é que a República está em chamas. E portanto a questão é clara: ou o Estado democrático resolve os problemas da República, ou alguém os resolverá contra ele.”

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Restaurar a confiança

Alguém lembrava, há bem pouco tempo, que uma das diferenças entre esquerda e direita é a confiança nas pessoas. E a confiança é um desses bens de fragilidade extrema. Vemos bem que esse défice é talvez o que mais agrava a situação deste nosso pequeno país. Acima de tudo, os portugueses precisam de acreditar que são capazes, que podem ousar, que um futuro digno não está reservado para as calendas gregas. Desde o tempo do oásis até hoje, vamos descendo um plano cada vez mais inclinado e só o vigoroso fôlego que advém de uma forte auto-estima nos pode salvar.

"O principal défice que Portugal tem neste momento é o défice de portugalidade, de um pensamento nacional, de uma visão política estratégica do que deve ser o nosso país na Europa e no Mundo"

Ao recordar que a taxa de desemprego juvenil é superior à média nacional, Manuel Alegre reiterou que uma das suas prioridades caso seja eleito Presidente da República será "contribuir para que o Estado e a sociedade dêem aos jovens condições de autonomia e independência".

Na sua intervenção, o candidato alertou ainda para as taxas de abandono e insucesso escolar "muito elevadas".

A este propósito, defendeu que a "revalorização da escola pública" e a "modernização e democratização do ensino" passam pela "valorização social e profissional dos professores, com critérios mais exigentes", assim como pela garantia do acesso dos mais desfavorecidos à educação.

"Não podem ficar de fora do ensino aqueles que não tenham condições económicas para poder estudar", frisou.